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Pneumonia

Passei um bom tempo sem escrever porque muita coisa aconteceu na minha vida.
1° -  Fui promovida onde trabalho e quase nem tenho tempo de entrar na net e nos poucos minutos que tenho, só dou uma olhada nos e-mails.
2° Arthur adoeceu, ele teve uma pneumonia daquelas fortes e até na UTI meu filho foi parar. E este é o motivo desta postagem.
Desde março tanto ele quanto eu vivíamos em guerra com uma gripe que não se curava nunca, achei que era só mais uma das muitas que temos na vida, mas estava enganada...
No dia 5 de abril Arthur (que já estava tossindo muito) teve febre durante à noite, demos remédio e ele dormiu. Mas a bendita da febre não baixou e por volta das 23h eu pedi que minha mãe fosse dar uma olhada nele e ela pediu que novamente déssemos remédio a ele e foi o que eu fiz. A noite toda ele tossiu e pela manhã resolvi levá-lo no hospital, pois ele estava cansado (típico dos asmáticos) e lá deram uma medicação e pediram para que ficasse em observação. O tempo foi passando e a situação dele só foi complicando ada vez mais...
À tarde, Arthur já respirar com ajuda de um balão de oxigênio e a cada minuto parecia que ele piorava mais.
Minha mãe veio de casa e disse que queria que levassem ele para capital, pois aqui onde moramos não teria recurso para tratar dele, que até então ninguém sabia o que tinha.
Não pude ir com ele (fiquei apavorada e entrei em estado de choque), mas minha mãe tomou as rédeas da situação em meu nome.
Quando chegaram em São Luís (capital do Maranhão) meu filho estava quase morto e eu em casa angustiada sem saber o que fazer. Minha mãe disse que levaram-no para um área chamada de reanimação e lá o quadro clinico dele já era tido como grave e teriam que sedá-lo para que pudessem medicar corretamente, mas os sedativos que lhe davam não faziam efeito e o plantonista disse que não sabia mais o que fazer, foi quando ele resolveu pedir ajuda a outro plantonista que lhe deu uma saída e foi que conseguiram sedá-lo.
Os medicamentos faziam efeito, mas Arthur não respondia direito ao tratamento. Por tomar dosagens altas de sedativos os médicos o apelidaram de "Leãozinho", mas graças a Deus um dos médicos teve a ideia de colocar um sedativo em cada braço e foi a solução para que ele se acalmasse e o tratamento começasse a surtir efeito.
Decidi que também devia ficar do lado do meu bebê e resolvi partir pra São Luís, quando cheguei ao hospital tomei um choque ao ver meu único filho todo entubado e cheio de aparelhos. Chorei muito e não sei como consegui me manter de pé.
Os médicos acharam que seria melhor que ele fosse para uma UTI, mas no hospital onde ele estava não haviam vagas então recorreram a outros e a resposta era sempre a mesma: Não há vagas. Tínhamos que esperar...
Quando surgiu uma vaga na UTI ele foi encaminhado para lá e quando pensei que tudo estava se estabilizando comecei com uma crise de tosse e os médicos vendo minha situação pediram para que eu fosse pra casa para me tratar...
No dia seguinte resolvi ir numa UPA e lá descubro que também estou com início de pneumonia.
Não podia ficar perto do meu filho foi um sacrifício e tanto para mim pois de alguma forma eu queria ajudar, mesmo sabendo que não podia fazer nada...
Fiquei na casa da minha avó até que tudo pudesse ficar bem e foi aí que meu sofrimento começou. Eu não podia vê -lo e isso me machucava muito, chorei muitas vezes e pedi muito a Deus proteção para meu filho. A situação dele era estável e quando começaram a retirar os tubos e diminuir os sedativos Arthur começou a demonstrar um comportamento agressivo. Mordeu minha mãe, arranhou seu próprio rosto e gritava constantemente. E eu sem poder ver o que estava acontecendo... Foram dias terríveis...
Aos poucos ele foi melhorando saindo da UTI e indo para a enfermaria, ele pouco falava e se alimentava através de sondas. Foram os piores 12 dias da minha vida...
Quando ele saiu do hospital chorei muito ao abraçá-lo e sentir seu corpinho junto ao meu. Fiquei muito feliz em saber que meu filho mesmo pequeno foi um grande vencedor. Ele mesmo quando os médicos não viam melhora ele se fazia forte.
Sou muito grata a Deus por poder deixar ele ficar ao meu lado e não quero nunca mis ter que passar por algo desse tipo em minha vida.
Uma frase que me deu muita força durante esse momento "Enquanto houver vida há esperança." E esperança sempre tive em meu coração, sempre.
Esse post pode ter ficado longo, mas eu só queria aliviar meu coração e tentar acalmar a minha dor. Não quero que achem que postei isso para que sintam pena de mim ou de meu filho, só quero ter algo escrito por mim para lembrar de uma página em minha vida que se foi, mesmo sendo ela cruel e dolorosa, mas que vai ficar sempre guardada em minha lembrança. E se por acaso meu filho quiser saber vai poder ler e ver que sempre é bom ter fé de que tudo vai dar certo no fim.